Por manter uma grande quantidade de reagentes, pode parecer que um laboratório tenha um enorme risco químico. Isso não é necessariamente verdade.
O laboratório não precisa ser rotulado como ambiente perigoso ou insalubre, desde que a prevenção esteja presente de forma vigorosa.
O treinamento é mais poderosa ferramenta da prevenção de acidentes em laboratórios. Mas a atitude imprudente, representada pela pressa exagerada, tem produzido muitos acidentes em laboratórios.
Como garantir segurança no laboratório
Os usuários de um laboratório devem incorporar a prevenção de acidentes não somente para si, mas também para os demais, devendo manter a atenção e cuidado frequentemente.
O laboratório não deve ser palco de brincadeiras, tampouco de distrações resultado da descontração do ambiente de trabalho.
Para garantir a segurança no laboratório, o primeiro passo da prevenção está relacionado ao uso dos equipamentos de proteção individual.
É importantíssimo que todos os trabalhadores sejam conscientizados quanto ao permanente e correto uso dos EPIs no ambiente do laboratório, tais como óculos de proteção, equipamento de proteção respiratória, calçado de segurança, luvas, etc.
No contexto dos EPIs também está a adoção do uso de avental com mangas compridas.
Incêndios: trabalhadores devem ser treinados
Considerando que se trata de um local de armazenamento de vários solventes inflamáveis, para haver segurança no laboratório, é fundamental que os trabalhadores sejam treinados no combate ao princípio de incêndio, devendo saber manejar hidrantes e extintores, bem como utilizar corretamente as rotas de fuga.
Um incêndio em laboratório deve ser combatido exclusivamente com extintores de gás carbônico (CO2) ou pó químico. Nos casos de incêndio de menor porte, por exemplo, num Becker ou balão, é suficiente tampar o frasco para extinguir o fogo por falta do ar atmosférico.
Quando o incêndio envolver as roupas de um trabalhador, este deve ser conduzido imediatamente ao chuveiro. Não deixe que a pessoa corra, o que aumenta a combustão, faça rolar no chão ou enrole-a num cobertor ou tecido. Não use o extintor em alguém que está em chamas.
Os metais alcalinos representados por sódio, potássio e lítio reagem vigorosamente na presença de umidade. Em incêndios envolvendo tais metais deve-se utilizar extintor de pó químico, ou ainda os reagentes carbonato de sódio, ou cloreto de sódio. Ao contrário do que pregam alguns leigos, não se apaga fogo de metais alcalinos com areia.
Boas práticas laboratoriais
Como boas práticas laboratoriais, para garantir a segurança no laboratório, é vedado fumar, comer ou beber em seu interior.
Fumar pode ser a fonte de ignição que os inflamáveis necessitam para irromper um incêndio.
Comer e beber são atos que devem ser exclusivamente realizados no refeitório ou restaurante, vez que a exposição digestiva é favorecida por tais hábitos.
Outra boa prática no trabalho é nunca trabalhar sozinho, especialmente fora do horário de expediente. Várias situações podem fazer com que uma simples perda de sentidos se transforme num acidente fatal.
Ao conduzir reações que produzam reagentes tóxicos, explosivos ou perigosos, estas devem ser realizadas no interior de capelas. Se houver ingestão ou contato com agentes químicos perigosos, o médico deve ser procurado imediatamente, com o cuidado da informação do produto objeto do acidente.
Os laboratórios devem ser munidos de chuveiros e lava olhos que serão utilizados em caso de derramamento de produtos químicos no trabalhador.
Manuseio de produtos químicos
O manuseio de produtos químicos sempre deve ser feito com conhecimento e critério para a segurança no laboratório.
Há uma classe de agentes considerados altamente tóxicos, cuja manipulação requer cuidados especiais, a exemplo de arsênico, cianeto, mercúrio, ácido oxálico, monóxido de carbono, cloro, flúor, bromo, iodo e tantos outros.
Temos também substâncias reconhecidamente cancerígenas, cuja inalação ou contato podem resultar em câncer. Nessa categoria estão as aminas aromáticas, nitrosaminas, agentes alquilantes, hidrocarbonetos aromáticos e outros.
Havendo gases no laboratório, o cuidado deve ser dobrado, se comparado com os líquidos, especialmente se ambos forem inflamáveis. Considerando que o que incendeia são os vapores, no caso do gás inflamável somente a presença de fonte de ignição é suficiente para irromper um incêndio.
Os cilindros devem ser armazenados em local aberto e bem ventilado, mas protegido contra o calor do sol. Para evitar as quedas, os cilindros devem sempre ser apoiados e presos numa parede. Os cilindros cheios devem ser separados dos vazios.
Uma advertência importante é que não se deve utilizar óleo ou graxa nas válvulas de gases oxidantes.
Quando estiver lidando com agentes químicos, não é recomendado pipetar com a boca. Há equipamentos apropriados como a pera de borracha ou pipeta automática.
Muita atenção ao se aquecer agentes químicos voláteis ou inflamáveis no laboratório, pois eles desprendem vapores inflamáveis.
Para temperaturas inferiores a 100ºC usar banho-maria ou banho a vapor e, para temperaturas superiores a 100ºC usar banhos de óleos.
Há também as mantas de aquecimento, cujo aquecimento é rápido e eficiente, mas a temperatura não é tão controlável como em banhos.
É possível ainda utilizar os banhos de areia para altas temperaturas (acima de 200ºC); no entanto, o aquecimento e resfriamento devem ser lentos.
As chapas de aquecimento devem ser utilizadas somente para solventes menos voláteis e inflamáveis. Solventes voláteis não devem ser aquecidos em chapas.
Atenção aos requisitos para ocorrência de fogo
Enfim, é preciso estar atento para não se colocar todos os requisitos para a ocorrência de fogo juntos, tais como:
- inflamável;
- ar atmosférico;
- fonte de ignição.
Se houver inflamável e ar atmosférico, teremos de tirar a fonte de ignição, por exemplo, transformando o ambiente em área classificada.
Caso haja inflamável e fonte de ignição, teremos de tirar o ar atmosférico, por exemplo, injetando nitrogênio ou gás carbônico no processo.
Se houver ar atmosférico e fonte de ignição, não poderá haver inflamável, por exemplo, substituição do produto.
Quer saber mais ou ficou com alguma dúvida sobre segurança no laboratório? Entre em contato conosco. Nós podemos ajudar!