Em 1970 o Brasil era tricampeão mundial de futebol, mas também era o campeão mundial de acidentes de trabalho…
O desenvolvimento da segurança do trabalho tem evoluído significativamente nos últimos 50 anos. Antes da década de 1970, a segurança no trabalho era vista como uma responsabilidade dos empregadores, mas não havia regulamentação ou fiscalização rigorosa. Isso resultou em ambientes de trabalho perigosos e condições insalubres para os trabalhadores.
A partir da década de 1970, houve uma conscientização crescente sobre a importância da segurança no trabalho e as necessidades de proteção dos trabalhadores. Isso resultou na implementação de regulamentações e leis mais rigorosas, como o Occupational Safety and Health Act (OSHA) dos Estados Unidos em 1970.
A Portaria 3.214 de 1978 do Ministério do Trabalho foi inspirada pela necessidade de estabelecer normas de segurança e saúde para trabalhadores expostos a agentes insalubres e perigosos e, se constitui em marco na legislação brasileira, tendo algumas de suas normas sobrevivido por mais de 40 anos.
Com o passar do tempo, o enfoque na segurança do trabalho continuou a evoluir para incluir áreas como ergonomia, saúde mental e bem-estar, e diversidade e inclusão. Além disso, as tecnologias de segurança também se desenvolveram, permitindo melhor monitoramento e rastreamento de incidentes de segurança e melhorando a capacidade de prevenção de acidentes.
Hoje, a segurança do trabalho é vista como uma responsabilidade compartilhada entre empregadores e trabalhadores, com ênfase em educação e treinamento para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis. Além disso, as organizações estão se esforçando para desenvolver e implementar políticas e práticas de segurança que sejam cultural e ambientalmente apropriadas para seus funcionários, incluindo as necessidades dos trabalhadores imigrantes e indígenas.
No entanto, a ideologia política pode ter uma influência significativa na segurança do trabalho, tanto positiva quanto negativa. Dependendo da orientação política de um governo ou de uma administração, as políticas e regulamentações de segurança do trabalho podem ser fortalecidas ou enfraquecidas.
Por exemplo, governos de esquerda geralmente tendem a priorizar a proteção dos trabalhadores e a regulamentação rigorosa das condições de trabalho, enquanto governos de direita geralmente tendem a priorizar a liberdade do mercado e a redução da regulamentação. Isso pode levar a diferenças significativas nas políticas e regulamentações de segurança do trabalho entre diferentes governos.
Além disso, a influência política também pode ser sentida em questões relacionadas ao financiamento da segurança do trabalho. Governos que priorizam a redução dos gastos públicos podem cortar verbas destinadas à segurança do trabalho, enquanto governos que priorizam a proteção dos trabalhadores podem aumentar o financiamento para o setor.
Em resumo, nos últimos 50 anos, a segurança do trabalho evoluiu de uma responsabilidade dos empregadores para uma responsabilidade compartilhada, com regulamentações e leis mais rigorosas, tecnologias avançadas, e enfoque crescente em ergonomia, saúde mental e bem-estar, diversidade e inclusão. Ainda há muito a ser feito, mas com o compromisso contínuo de empregadores e trabalhadores, podemos continuar a melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde e segurança dos trabalhadores.