O que é risco biológico?
O risco biológico é definido como a probabilidade de exposição a microorganismos, como bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros, que podem causar doenças infecciosas ou alérgicas em seres humanos e animais. As fontes de microorganismos são representadas pelos fluídos corpóreos, tais como sangue, fezes, urina etc., bem como o contato direto com tais microorganismos.
Esses riscos estão presentes em diversos ambientes de trabalho, tais como laboratórios, hospitais, indústrias alimentícias e agrícolas, entre outros, onde os trabalhadores estão em contato com substâncias biológicas e materiais contaminados, incluindo fluidos corporais, tecidos, amostras de sangue, fezes, urina etc.
Existem muitas estatísticas relacionadas a acidentes com agentes biológicos, pois esses acidentes podem ocorrer em muitas profissões diferentes, como na área de saúde, agricultura e pesquisa científica. Aqui estão algumas estatísticas gerais:
- Na área da saúde, estima-se que ocorram mais de 35 milhões de acidentes com materiais biológicos por ano em todo o mundo (Fonte: Organização Mundial da Saúde – OMS);
- Nos Estados Unidos, o Occupational Safety and Health Administration (OSHA) estima que cerca de 5,6 milhões de trabalhadores na área da saúde e em laboratórios de pesquisa estão em risco de exposição a patógenos transmitidos pelo sangue;
- No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorreram cerca de 217 mil acidentes de trabalho com exposição a material biológico em 2019;
- Entre os agentes biológicos mais frequentemente envolvidos em acidentes de trabalho estão o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus da hepatite B (HBV) e o vírus da hepatite C (HCV), além de bactérias como a Mycobacterium tuberculosis (causadora da tuberculose) e a Bacillus anthracis (causadora do antraz);
- Estima-se que os acidentes com material biológico possam resultar em até 2 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo que a maioria dessas mortes ocorre em países de baixa e média renda (Fonte: OMS).
Riscos biológicos para os profissionais da saúde
Profissionais da saúde enfrentam diariamente o risco de contrair alguma doença transmissível, principalmente aqueles que trabalham em hospitais ou ambulatórios. Temos também as doenças infectocontagiosas. Embora os termos “doença transmissível” e “infectocontagiosa” sejam frequentemente usados de forma intercambiável, eles se referem a conceitos ligeiramente diferentes.
Uma doença transmissível é aquela que pode ser transmitida de uma pessoa para outra, seja diretamente (por exemplo, por meio do contato com fluidos corporais infectados) ou indiretamente (por exemplo, por meio de objetos contaminados). O termo “transmissível” é geralmente usado para descrever doenças causadas por bactérias, vírus, fungos e outros patógenos que podem ser transferidos de uma pessoa para outra.
Por outro lado, uma doença infectocontagiosa é aquela que é facilmente transmitida de uma pessoa para outra. A palavra “infectocontagiosa” é frequentemente usada para descrever doenças altamente contagiosas, como a gripe ou o sarampo, que podem se espalhar rapidamente entre as pessoas em uma comunidade.
Em resumo, enquanto uma doença transmissível se refere à capacidade de uma doença ser transmitida de uma pessoa para outra, uma doença infectocontagiosa se refere à facilidade com que a doença pode se espalhar. Algumas doenças podem ser tanto transmissíveis quanto infectocontagiosas.
É importante entender o que é risco biológico, como os microorganismos e fluídos corpóreos de pacientes infectados ou suspeitos podem causar malefícios à saúde humana.
Os profissionais de saúde estão geralmente expostos ao risco de contrair doenças como resultado de seu contato com os pacientes e ambientes hospitalares. Estudos mostram que, entre os trabalhadores da área da saúde, há um alto risco de exposição a agentes biológicos que podem afetá-los, seja imediatamente ou até anos depois.
Protocolos e precauções de segurança
Trabalhar em saúde envolve risco, especialmente quando o assunto é o agente biológico. Muitos profissionais de saúde tem enfrentado grandes desafios ao lidar com casos de risco biológico, seja exposto a um patógeno, seja por descuido de protocolos de segurança. Por isso, é extremamente importante que os profissionais da saúde tomem precauções e sigam protocolos de segurança para se proteger de qualquer ameaça biológica.
Esses protocolos incluem o uso de equipamentos de proteção individual, como luvas, máscaras, face-shields e equipamentos de proteção respiratória, para reduzir o risco de contaminação durante o contato direto com o paciente e a realização de rastreamento de contatos com pacientes infectados. A adoção dessas medidas é crucial para que os profissionais da saúde não coloquem sua saúde e integridade em risco, já que podem ser altamente expostos a microorganismos e fluídos corpóreos que causem doenças infecciosas.
Além disso, é importante manter os ambientes hospitalares limpos e organizados, para garantir o máximo de segurança possível. Outras medidas simples incluem lavar as mãos frequentemente e instruir os pacientes a praticar hábitos saudáveis de higiene. Os profissionais de saúde devem destacar a importância dessas medidas de segurança no trabalho para garantir que eles e os pacientes sejam protegidos.
Além do que, cada vez mais é importante que os profissionais da saúde sejam informados e conscientes sobre as precauções universais e medidas de segurança biológica. Finalmente, o objetivo é garantir que os profissionais da saúde possam trabalhar de maneira segura e saudável, pois nenhum risco é aceitável para pessoas que cuidam de outras.
O risco de infecção nos profissionais da saúde
Os profissionais da saúde desempenham um papel fundamental na prevenção da disseminação de doenças infecciosas no ambiente de trabalho. Ao lidar de perto com pacientes e interagir com objetos não esterilizados destes, os profissionais da saúde exercem um trabalho de risco para si mesmos. É vital que todos os profissionais da saúde sejam cientes do risco biológico e cumpram os protocolos de segurança adequados para reduzir o risco de contrair doenças, como luvas, máscaras e outros equipamentos de proteção, a exemplo da vacinação, além de manter os ambientes de trabalho limpos e higienizados. É ainda importante que os profissionais da saúde aprendam a identificar sinais e sintomas de doença infecciosa e procurem a atenção médica imediatamente se necessário. Prevenir o risco biológico e adotar protocolos de segurança adequados ajudam os profissionais da saúde a adotar o cuidado de si mesmos e, consequentemente, dos pacientes com quem entram em contato.