Entenda algumas verdades e mitos relacionados ao frio ocupacional.
Desde os primórdios o homem passou a habitar regiões com temperaturas negativas na Terra. As temperaturas no polo norte (Ártico) chegam a -40ºC e, no polo sul (Antártica) chegam a -60ºC.
A Antártica não é habitada, exceto por poucos pesquisadores e cientistas que lá permanecem. O Ártico é totalmente habitado, mostrando que o homem consegue habitar locais com baixas temperaturas, o que somente foi possível pelo uso de roupas e cama. Eis que sem esses dois aparatos, fatalmente, o homem sucumbiria.
Países como Finlândia, Estônia, Rússia, Groenlândia e Canadá estão na lista dos países mais frios do mundo e, nem a baixa temperatura consegue expulsar o homem a ponto de tornar suas terras desérticas.
Capacidade de adaptação do homem
Assim, o homem possui uma profunda capacidade de se adaptar à baixa temperatura e, sem qualquer prejuízo à sua saúde e integridade física.
Ao contrário, a maior expectativa de vida é encontrada nos países frios, os quais coincidentemente também são os mais ricos, com exceção da Austrália.
Se a exposição ao frio fosse nociva ao homem, toda a população de países frios estaria acometida por doenças, o que não é verdade!
Efeitos da exposição à baixa temperatura
Há alguns efeitos da exposição à baixa temperatura tais como: lesões e ulcerações da pele, pés de imersão e o enregelamento dos membros.
Porém, tais efeitos são resultado da exposição à baixíssima temperatura.
Frio ocupacional: limites propostos pela legislação
Quando o assunto é frio ocupacional, os limites propostos pela legislação brasileira, art. 253 da CLT, de 10, 12 ou 15ºC jamais poderiam ser tidos como limites de tolerância para efeitos de caracterização de insalubridade, uma vez que a exposição abaixo de tais valores jamais traria prejuízos à saúde do trabalhador.
Especificamente no caso dos frigoríficos o simples observar dos trabalhadores denota que estes não possuem qualquer reação ao frio tais como o tremor, a piloereção e o cruzar dos braços, como meio de reduzir a área exposta ao frio.
Ao contrário, os trabalhadores chegam a apresentar sudorese durante seu trabalho.
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PCMSO e o frio ocupacional
O PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional de tais empresas demonstra que não há prevalência entre os trabalhadores dos frigoríficos de doenças respiratórias ou reumáticas, como afirma a crença popular.
Assim, é uma impropriedade afirmar que a exposição às temperaturas abaixo de 10, 12 ou 15ºC são capazes de adoecer os trabalhadores.
Admitir o contrário traria uma intrigante dúvida: por que os trabalhadores da Sibéria, do Canadá, da Groenlândia e outros não ficam doentes?
Resfriamento pulmonar como frio ocupacional
Ao contrário do que se tem alegado no meio pericial, não existe resfriamento pulmonar.
A temperatura basal (centro do organismo) de um ser humano saudável varia entre 36 e 37ºC, independentemente da temperatura de onde esteja este ser humano.
As temperaturas periféricas, a exemplo da auricular, axilar, bucal ou retal sofrem a influência do meio ambiente e podem oscilar bastante.
O pulmão jamais se resfria, pois se tal fato fosse verdade, os moradores do Ártico, onde são atingidas temperaturas de -60ºC, parariam de respirar e, morreriam, devido ao congelamento desse órgão.
Sistema respiratório: um processo automático e involuntário
O homem pertence à classe dos animais de sangue quente, ao contrário dos peixes, reptéis e anfíbios.
No mecanismo evolutivo das espécies, o homem manteve sua temperatura constante para explorar os mais diversos lugares da Terra.
Respirar é um ato involuntário e inconsciente. O sistema respiratório, através das vias aéreas superiores, aquece o ar inspirado até a temperatura corporal. Esse processo de aquecimento é automático e involuntário.
Por outro lado, não existe qualquer equipamento de proteção individual capaz de aquecer o ar inspirado e, nem seria necessário, pois o organismo se encarrega de tal providência.
No entanto, não há equipamento, especialmente respiratório, disponibilizado que possa cumprir com a função de aquecer o ar atmosférico.
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