Requisitos de instrumentos para avaliações ambientais

Requisitos de instrumentos para avaliações ambientais

Dr. Antonio Carlos Vendrame

20 de agosto de 2024

Neste artigo vamos falar um pouco sobre requisitos de equipamentos para avaliações ambientais.

Aparentemente tais requisitos, aos olhos do leigo, podem até mesmo ser desprezados, mas quando se fala num trabalho técnico, não é possível negligenciar tais questões.

 

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Calibração de instrumentos para avaliações ambientais

A calibração é item fundamental a fim de que instrumentos para avaliações ambientais sejam acreditados.

No Brasil a calibração de instrumentos está a cargo diretamente do INMETRO ou da RBC – Rede Brasileira de Calibração, que possui laboratórios credenciados para calibrar os instrumentos.

Calibração por rastreamento ou comparação são termos do invencionismo de algumas empresas que calibram instrumentos sem pertencerem à RBC e, cujo procedimento não representa absolutamente nada.

Não basta um selo no instrumento dizendo que o equipamento está calibrado. A calibração tem de ser realizada pelo INMETRO ou pela RBC.

No sítio http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/ é possível verificar quais os laboratórios brasileiros que fazem parte da RBC.

 

Certificação dos instrumentos para avaliações ambientais

Um item importante é a certificação de que o equipamento seja intrinsecamente seguro. Numa área classificada, todos os equipamentos devem ser intrinsecamente seguros.

Assim, é impossível utilizar equipamentos comuns, que não sejam intrinsecamente seguros, por exemplo, numa empresa onde haja inflamáveis. O risco é o mesmo que utilizar um celular num posto de combustíveis.

 

Interferência de radiofrequências e campos eletromagnéticos

Outro requisito importante de instrumentos para avaliações ambientais é a interferência de radiofrequências e campos eletromagnéticos nos equipamentos comuns.

Um bom exemplo doméstico é o efeito que o liquidificador ligado promove na imagem da televisão. Essas interferências comprometem a leitura e resultado da avaliação.

Em várias oportunidades presenciamos equipamentos que ficam totalmente “birutas” na presença de tais interferências. Então, certamente na presença de um campo eletromagnético, os equipamentos comuns não apresentarão a mesma atuação quando comparado com um equipamento protegido.

Os ambientes industriais que promovem comumente tais interferências são aqueles onde se encontram instalados fornos.

 

Medidores de nível de pressão sonora

No caso específico dos medidores de nível de pressão sonora, esses equipamentos possuem o que é denominado range dinâmica, sendo a faixa de leitura confiável do instrumento.

Cuidado especial deve ser tomado, especialmente nas avaliações de ruído de impacto, vez que a range dinâmica do instrumento delimita a avaliação.

Assim, um equipamento com range dinâmica de 60 a 120 dB em tese não poderia ler 130 ou 140 dB, podendo sua precisão ser comprometida nestas situações.

Ainda com relação aos equipamentos da área acústica, na aquisição é preciso verificar se o instrumento é tipo profissional ou “hobbie”. Um equipamento profissional deve atender os requisitos das normas, especialmente a IEC 60651 e IEC 61672.

Cuidado com fabricantes ou revendedores que afirmam em seu manual de instruções que o instrumento apenas reúne partes das normas citadas anteriormente.

 

Bombas amostradoras

As amostragens químicas também são uma pedra no sapato de qualquer profissional. Em especial, as bombas amostradoras devem possuir controle de pressão constante para garantir linearidade de vazão da amostra.

Como calcular a vazão final de uma bomba amostradora que oscila o tempo todo? Com a saturação do cassete ou tubo, naturalmente a vazão da bomba tende a cair e o equipamento necessita ter um sensor automático para corrigir instantaneamente a vazão.

Outras questões também interferem na vazão da bomba amostradora, como, por exemplo, as variações de temperatura e estado da bateria. Numa bomba amostradora comum, a vazão inicial difere grandemente da vazão ao final da coleta, inviabilizando o aproveitamento da amostra.

Finalmente, é importante salientar um equívoco com relação à calibração das bombas amostradoras: na calibração inicial é colocado um cassete ou tubo, utilizado somente com esta finalidade de calibração.

Na calibração final, deve ser utilizado o próprio cassete ou tubo em utilização, para se aferir se a bomba realmente compensou a perda de vazão em razão da saturação do acessório.

Se você possui uma empresa que necessita de trabalhos relacionados a requisitos de instrumentos para avaliações ambientais, somos especialistas no assunto. Entre em contato conosco. Será uma satisfação ajudar!

Colaboração: Alberto Belmont, Diretor Comercial da Almont Brasil.

 

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