VALIDADE DOS PROFISSIONAIS NO MERCADO DE TRABALHO

A pandemia que estamos vivendo juntamente com os mais diversos desafios, traz à tona a necessidade de conversarmos sobre o mercado de oportunidades profissionais. Mas, vamos eximir a COVID-19 como única agente transformadora, pois década a década, ano a ano, esta mudança de necessidades e expectativas já era vivida por todos nós. O que tivemos especificamente com a pandemia foi uma aceleração forçada da necessidade de pivotarmos(que significa uma mudança radical no negócio) diariamente ou até algumas vezes no mesmo dia, tudo acelerou. Há quem possa achar que esta aceleração seja negativa, mas gosto sempre de ver o copo meio cheio, então vamos analisar esta transformação pela ótica positiva: a pandemia obriga que todos nós saíamos da nossa zona de conforto. Além dessa alavanca, vale comentarmos que a crise também nos trouxe a necessidade de ressignificar e agir prontamente. Zona de conforto é aquela inércia que vivemos onde o que está bom continua bom e o que está ruim continua ruim e nos acostumamos com isso, mesmo que trazendo sentimentos e experiências negativas. Isso quer dizer, muitas vezes reclamar (e como reclamamos, não é mesmo?) de uma situação é mais fácil do que mudá-la. Agora, já imaginou aquilo que é bom podendo ser melhor ainda: uma viagem de férias por ano, por mais momentos memoráveis; um almoço no domingo com a família, por mais encontros despretensiosos com quem se ama, numa terça-feira qualquer; a obrigatoriedade de levar e buscar os filhos na escola, por um trajeto de compartilhamento e comunicação ativa. Você sabe por que é tão difícil mudarmos e abandonarmos a nossa querida e estimada zona de conforto? Porque temos medo daquilo que não conhecemos e este medo gera a nossa resistência. Sim, o medo! Muito provavelmente ele quem está te impedindo de ir além, de ser mais, de buscar novos caminhos, de ser feliz. Mas o que estas mudanças constantes e o nosso medo de mudar tem a ver com a validade dos profissionais? Todo momento de crise, seja causado por um vírus, por um atentado, pela economia, por conflitos ou tudo isso junto, impacta e muito o mundo dos negócios. Mundo este que, por pertencermos há um regime capitalista, somos dependentes para nos sentirmos vivos, uteis, suprir nossas vontades, proporcionar a realização dos nossos sonhos. Diariamente empresários, empreendedores e líderes vivenciam um ambiente incerto e inconstante, fazendo com que seus desafios sejam ainda mais imprevisíveis. E para minimizar os riscos e danos promovem mudanças em suas estratégias de negócios o tempo todo. Os profissionais, por sua vez, possuem o desafio de ressignificar estas mudanças e acompanhar o novo trajeto desenhado para seguir navegando. Para exemplificar, gostaria de compartilhar uma situação. Próximo a minha casa há uma hamburgueria que até a pandemia chegar, atendia apenas clientes físicos em seu salão. Logo na primeira semana de isolamento social pivotou o seu negócio: começou a atender pedidos para entrega diretamente em seu canal por telefone ou em seu app próprio, criado para esta necessidade e para estarem próximos de seus clientes; realizou parceria com outros apps que conectam consumidores a restaurantes; criou um cardápio novo, apenas com os pratos de maior saída para redução da produção interna e custos, além de facilitar a escolha de novos clientes que não conheciam e poderiam ter dúvidas com muitas opções; adquiriram embalagens de ótima qualidade para que os alimentos chegassem quentinhos e, personalizadas, para disseminar a marca; contrataram um entregador próprio para os pedidos realizados diretamente com eles e assim ter uma nova fonte de receita e menor custo de comissionamento, como acontece com os apps; aumentaram o volume do som do salão para que as pessoas, mesmo que poucas, que passam na rua, tivessem atenção ao estabelecimento; em todos os pedidos enviam brigadeiro cortesia, diga-se de passagem de “comer de joelhos”, como todos os pratos que impecavelmente desenvolvem; não só diminuíram as opções do cardápio, como tiveram também que diminuir o quadro de colaboradores e é sobre isso que quero me aprofundar. Num restaurante há diversos cargos que são fundamentais para o funcionamento neste novo modelo de negócios, atendente, cozinheiro, entregador, por exemplo. Mas, há um cargo que se fez necessário para receber clientes internamente, pelo horário atendido e até mesmo região localizada, o segurança. Porém, neste novo formato, sem clientes internamente no salão, no início do isolamento, e horário reduzido, imagina-se que foi o primeiro corte realizado, não é mesmo? O que faria total sentido organizacionalmente e financeiramente para a saúde do negócio. Mas, agora vem a surpresa. O cargo realmente foi extinto, mas o profissional que o exercia não. Hoje ele ocupa um papel de agente parceiro do negócio, nomenclatura dada por mim nesta avaliação, pois define exatamente este profissional. Como descrição de suas atuais atividades temos: gerenciar os pedidos recebidos para acompanhamento com a cozinha e entregadores, respeitando o prazo de entrega estimado com o cliente; confere, embala e personaliza cada pedido; auxilia no atendimento do salão reduzido (agora já aberto com redução de horário e distanciamento); além das atividades internas antes e depois do expediente de atendimento. Agora entenderam por que agente parceiro do negócio? Um profissional que rapidamente ressignificou e mudou, atento a todo o processo do negócio para prontamente agir, seja lá qual for o cargo, atividade ou necessidade. Este é só um exemplo de muitos que temos no mercado corporativo, mas quis trazê-lo aqui para exemplificar que a validade dos profissionais em suas empresas está relacionada a sua vontade de resolver problemas do negócio, sejam eles quais forem. Quem nunca ouviu alguma dessas frases: “mas isso eu não faço/ isso não é função minha/ não sou pago para fazer isso”. Pois é, nunca foram admissíveis, agora muito menos. Se você, trabalhador, está preocupado com o seu futuro profissional, estude este exemplo que citei acima e defina suas mudanças, para ser um agente parceiro para a solução de problemas da empresa a qual lhe deu esta oportunidade. Se você, empreendedor está preocupado com o futuro do seu negócio, estude sua realidade e seus colaboradores, identifique e desenvolva os seus agentes parceiros para que
ALÉM DO HOME OFFICE – SETE MUDANÇAS DENTRO DAS EMPRESAS

Não se tem ainda uma noção de quando a pandemia do novo Coronavírus vai terminar, mas já pode-se afirmar que o crescimento do trabalho remoto será um dos principais legados para as empresas de todos portes e segmentos do Brasil. Gestores que até então nunca haviam se identificado com o modelo, viram-se obrigados e instaurá-lo e, acima de tudo, fazê-lo funcionar. Manuele Peglow, gestora de marketing da Vendrame Consultores, fez uma análise geral do mercado e listou abaixo outras sete mudanças significativas e que podem alterar para sempre a forma como se trabalhava pré-pandemia. Confira! 1 – Relacionamento com o Cliente Além das ferramentas online para facilitar, aproximar e diminuir custos, as empresas tiveram que conhecer ainda mais seus clientes, encontrar novas formas de valorizá-los remotamente, buscando nutrir as relações ao invés de só contatá-los por qualquer necessidade. 2 – Capital Humano Se há anos os profissionais de recursos humanos trabalhavam para a valorização dos colaboradores dentro das organizações, agora mais do que nunca essa área precisou rever processos e condutas para contribuir com as expectativas tanto da empresa, quanto dos profissionais. 3 – Planejamento Estratégico Negócios que nunca pensaram em planejamento estratégico, enxergaram a necessidade de se familiarizar com o assunto. Mesmo sendo parte inicial e fundamental para qualquer empreendimento, culturalmente no Brasil (devido quantidade de empresas familiares e pequenas) não há tanto conhecimento sobre o assunto e aplicação. 4 – Avaliação 360º Trata-se de um momento que exige uma reavaliação completa de todo o negócio, o que se aplica não somente para os micros e pequenos, mas como também para as grandes empresas. Não só para profissionais operacionais, mas principalmente para os líderes, pois o resultado de uma equipe é reflexo da condução desses gestores. 5 – Posicionamento de Marca Algo também que parecia ser muito distante apenas para grandes empresas, tornou-se assunto em pauta. O quão palavras e ações não avaliadas impactam os negócios X estrutura de comunicação que levam ao crescimento. 6 – Reavaliação de custos e reais necessidades O perfil de consumo tem mudado também para as empresas, que ao reavaliarem custos e necessidades da nova rotina, muitas identificaram gastos desnecessários e possíveis reduções de custos a longo prazo, inclusive pelo home office. 7 – O Velho Novo Digital Já estamos em meio a transformação digital há mais de dez anos, mas muitos negócios ainda procrastinavam ou nadavam contra a maré. Não se trata apenas de estar online, mas ser online. Empresas que tinham projetos a longo prazo de: criação de sites, canais em redes sociais, implantação de softwares (ERP, CRM, CLOUD) e folha de pagamento online, bots de IA, tiveram que se adequar da noite para o dia com projetos de entregas rápidas. Publicado por Manuele Peglow Pedagoga, com especialização em Gestão de Negócios e Marketing Digital, atua na área de Recursos Humanos com foco em desenvolvimento de pessoas há mais de dez anos. Comandou unidade de negócios de T&D em consultorias, onde foi gerente de marketing em implantação de marketing digital. Desde 2019, é Business Partner da Vendrame Consultores, onde faz a gestão do planejamento estratégico, marketing e desenvolvimento dos profissionais.